O dia amanhece, ainda está escuro, os pássaros já estão despertos povoando o amanhecer com seu canto e o outono se faz acontecer! As folhas das árvores com suas miríades de cores vão se tornando amarelas, ocres, avermelhadas!
O vento passa por elas e num suave balanço vai levando-as, como numa dança, a muitos lugares e o chão vai ficando coberto com o belo que povoou a primavera e o verão, flores, folhas, frutos e sementes; e num desses jardins, bem lá no meio do amontoado de beleza, encontrava-se uma casquinha redonda e oca; se se olhasse bem de perto nem tão redonda era conforme pode comprovar a formiguinha que passava por ali.
Ela até pode entrar por uma abertura que até então ninguém havia dado conta que existia. Passeou pelo seu interior se deliciando com a novidade e saiu de lá sem nada levar de tão limpo que estava; e a casquinha bem que gostou da visita, e, gostou tanto tanto que ficou lá esperando ser visitada novamente.
Um belo dia, bem desperta que estava, escutou algo remexendo a beleza do chão, e, sentindo uma alegria ansiosa, uma alegria que fazia até cosquinhas, ouvia o barulho chegar cada vez mais perto.
De fato, era um pássaro, um belo pássaro que buscava um lugar onde pudesse guardar algo muito precioso que levava no bico, era um objeto que precisava estar bem protegido por um tempo; pois alguém, não se sabe bem quem, a não ser o pássaro, havia lhe recomendado esse cuidado.
O pássaro de plumas cinzas azuladas e peito amarelo avermelhado continuava remexendo as folhas buscando um lugar ideal onde pudesse guardar o objeto precioso.
Derrepente, seus pés se esbarram com a casquinha e com seu olhar esperto de pássaro viu que ali se encontrava o lugar ideal para guardar o objeto precioso, então, enfiou seu bico pela pequena abertura e lá depositou o objeto precioso.
Ui!…Disse a casquinha, que visita diferente esta, até me deixou aqui um presente!!!!!
O pássaro, então, conta para a casquinha o segredo do objeto precioso e pede que o guarde por um tempo e que quando chegasse a época certa ele voltaria para buscar o objeto precioso.
A casquinha ficou toda contente de estar ali naquele jardim povoado pelo belo da primavera e verão, guardando dentro de si um objeto precioso.
O tempo foi acontecendo no seu rítmo e a casquinha passou todo o inverno protegendo aquele objeto precioso.
E, o interessante, é que o objeto ia pouco a pouco ocupando um espaço maior. E, a casquinha ia também, pouco a pouco se espichando para o objeto precioso se acomodar!
Um belo dia de sol, em que a casquinha estava lá bem quietinha, se aquecendo com o sol que iluminava aquele jardim, apareceu por lá o pássaro querendo saber como estavam a casquinha e o Ser precioso que ela guardava dentro de si.
O pássaro viu que a casquinha já estava plena com aquela luz que quem carrega um Ser precioso tem!!
Então, ficaram lá pássaro e casquinha aguardando a hora em que o Ser precioso despertaria!!!